Por Jhônatas - 9° ano B
Certa vez, chegou na antiga Sambra, depósito de cereais em Picuí, um caminhão carregado com sacas de feijão. Cada saca pesava 60kg. O motorista contratou um chapeado para ajudá-lo a descarregar o caminhão. Chapeado é como se chama o cabeceiro que usa uma meia bola de couro na cabeça para facilitar mais o trabalho de carregar coisas pesadas.
Combinado o serviço, o pagamento, o chapeado tomou seu lugar no chão perto da carroceria do caminhão e o motorista subiu para colocar as sacas na cabeça do chapeado. Quando o motorista jogou a primeira saca, mais ou menos a um palmo de altura da cabeça do chapeado, entortou-lhe o pescoço, assim... quase quebrando-o.
Chateado, o chapeado olhou pra cima assim com uns “boticos” de olho e disse:
– Tu é doido, macho? Quer quebrar meu pescoço?
– E tu – respondeu o motorista – num é homem não?
– Sou homem de dar um tiro em você!
–É nada! – e deu de ombros.
O chapeado correu em casa, pegou um revólver 22 todo enferrujado, assim amarrado com arame e voltou à Sambra. Assim que chegou, foi logo avistando o rival em cima do caminhão. Resolvido, apontou o revólver para o cara e desafiou:
– Agora desça desse caminhão para morrer!
– E que revólver é esse seu que não chega aqui em cima? E serei eu que tenho que descer daqui para você atirar em mim? Ora, se enxergue!
Valeu Jeanne, muito bom o texto! Este "Muleke" tem futuro! Parabéns...
ResponderExcluir