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Sou uma professora de Língua Portuguesa apaixonada pela profissão, que me realizo todos os dias nas minhas salas de aula, na troca de experiências com meus alunos. ENSINAR PRA MIM É VIVER UMA GRANDE PAIXÃO!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

resenha

Resenhas são textos que se caracterizam por apresentar informações selecionadas sobre o conteúdo de outro texto, apresentando também comentários e avaliações. Uma resenha deve contemplar as seguintes características:
a) descrição minuciosa da estrutura da obra;
b) comentários e julgamentos sobre as ideias do autor e do valor da obra;
c) seleção e filtragem dos aspectos pertinentes ao objeto resenhado.
ESTRUTURA DE UMA RESENHA
A) TÍTULO
B) REFERÊNCIA DA OBRA (de acordo com as normas da ABNT)
C) NOME DO AUTOR DA RESENHA
D) INTRODUÇÃO:
· COMENTÁRIO SOBRE O AUTOR (que é, o que faz/ fez, é autoridade em que área do conhecimento, obras publicadas, pesquisas desenvolvidas...)
· Apresentação do assunto (contextualização da temática abordada na obra)
E) RESUMO DA OBRA OU COMENTÁRIOS SOBRE OS POEMAS APRESENTADOS NA OBRA. Pode ser: capítulo a capítulo; poema a poema; grupos de capítulos ou de poemas; todo o conteúdo.
F) CRÍTICA: conteúdo, ideias abordadas, aspectos pertinentes que mereçam destaque...)
G) Indicação da obra (público-alvo).
O resumo da obra representa um aspecto importante da resenha e deve ser redigido com cuidado, para que seja fiel às ideias do autor e de fácil entendimento para o público-alvo.

Exemplo de resenha (extraído de Machado; Lousada; Abreu-Tardelli, 2007, p25-27.)
Impactos Ambientais Urbanos no Brasil
GUERRA, Antônio José Teixeira & CUNHA, Sandra Baptista da. Impactos Ambientais Urbanos no Brasil Ed. Bertrand Brasil.
por Bruno Buys

Impactos Ambientais Urbanos no Brasil é uma coleção de artigos de diferentes autores, organizados por Antônio Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha, que analisam os impactos ambientais enfrentados por cidades brasileiras em diferentes contextos econômicos, sociais e históricos da ocupação do território brasileiro.
Em sua grande maioria, as cidades brasileiras nasceram e se desenvolveram sem nenhuma preocupação de adequada utilização do solo e do espaço. Conceitos como sustentabilidade, qualidade do ar e da vida aqui por estas plagas são coisa recente, talvez impulsionados pela Rio-92.
Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cidades estudadas pelos organizadores e pelos demais autores de capítulos: Pequenas cidades como Açailândia, no Maranhão, cujo nascimento e crescimento estiveram ligados à economia da madeira e da extração de ferro de Carajás. Sorriso, no Mato Grosso, tema de um capítulo, é um assentamento criado pelo governo federal através de políticas públicas de ocupação do cerrado brasileiro, no começo da década de 1980. Ocupado principalmente por população vinda do sul do país, Sorriso vive da agricultura de grande escala mecanizada, às margens do Rio Teles Pires, um subafluente do Rio Madeira, que deságua no Amazonas. Teresópolis, Florianópolis e Petrópolis e seus problemas ambientais são tema de capítulos específicos, assim como Rio de Janeiro e São Paulo.
O que mais chama a atenção do leitor ao longo da obra, independente do tamanho ou das características da cidade, é a falta de planejamento pelo setor público. Talvez seja esta a maior constante, similar nos casos extremos desde Sorriso e Açailândia até São Paulo e Rio. Os assentamentos humanos brasileiros carecem de qualquer esboço de planejamento, sendo seu crescimento orientado pela lógica do maior lucro, até onde as questões ambientais começam a impor um ônus tão grande que se invoca a ação pontual e emergencial do Estado.
Neste sentido, apesar da diversidade de autores e estilos, o livro é uma séria crítica à ação do Estado nos três níveis, municipal, estadual e federal. Setores da população urbana brasileira convivem com problemas ambientais sérios, capazes de provocar mortes como deslizamentos, desbarrancamentos e enchentes. Falta de infra-estrutura básica como saneamento e esgoto em áreas residenciais de classe baixa fornecem o material perfeito para o desenvolvimento de voçorocas, grandes ravinas formadas por erosão do solo, que podem, em estado avançado, provocar deslizamentos de terra. Em Sorriso, no Mato Grosso, uma cidade fundada há apenas quinze anos, o estado de deterioração ambiental chama a atenção para a facilidade e o curto prazo em que o homem pode modificar o ambiente natural, tornando-o inadequado à vida. A cidade é pontilhada por voçorocas que castigam os habitantes cotidianamente. Ruas inteiras somem dentro delas, principalmente as de bairros mais pobres, é claro. A poluição das águas do rio Teles Pires pelos defensivos e insumos agrícolas tornam a água inadequada ao consumo.
A população urbana brasileira, principalmente a de grandes centros, vive constantemente em situação ambiental muito ruim. Tênues esforços públicos são levados a cabo em véspera de desastre, para evitar o mal maior. Mas, de maneira geral, o brasileiro não está educado nem conscientizado para a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente melhorar o ambiente e a qualidade de vida urbana, em vez de só evitar o mal maior. Iniciativas - tímidas - como o rodízio de carros particulares em São Paulo, entre 1996 e 1998, deram mostras de seu potencial em melhorar a qualidade do ar e de reduzir o caos no transporte. Porém, esbarram no individualismo da solução automotiva e do status que o carro tem na nossa contemporaneidade.
No Rio de Janeiro, habitações de classe baixa proliferam em áreas de risco de deslizamento. O poder público faz vista grossa, por não poder oferecer melhores condições de habitação a esta população. No verão e nas enchentes, o salve-se-quem-puder dos resgates e o denuncismo da mídia são a tônica.
Embora utilize conceitos e terminologias de várias áreas de conhecimento dedicadas à questão ambiental, a obra é basicamente um livro de geografia. Os organizadores são geógrafos e professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Universidade do Brasil. Embora tenha sido planejado para alunos e pesquisadores não só de geografia, mas de áreas com preocupações ambientais como engenharia civil e agronômica, ciências da terra, biologia/ecologia e geografia, a obra fica aquém do que se esperaria no quesito clareza de expressão e preocupação com jargões e terminologias específicas da geografia. O leitor não-geógrafo poderá sentir alguma dificuldade. Por outro lado, o livro é muito bem-sucedido na escolha dos problemas relevantes a serem tratados, que devem interessar a todo o universo-alvo escolhido, bem como ao brasileiro em geral que esteja preocupado com os destinos do país.
A conservação da natureza, da Amazônia, e a preservação da biodiversidade são temas constantes nos nossos diários e noticiários. Estão na pauta do dia, junto com esforços de grandes organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial. É preciso dizer com igual clareza e embasamento científico que o espaço das cidades também pertence ao universo de preocupações ambientais dignas de esforço público e investimentos. Nossa modernidade tecnológica precisa, definitiva e irreversivelmente, incluir critérios de excelência ambiental no planejamento urbano das cidades. No Brasil, este é um imperativo imediato, caso não queiramos endossar o exemplo da cidade de São Paulo, onde o caos no transporte e o nível de qualidade do ar beiram constantemente o limite aceitável. Em alguns casos ultrapassam.

FONTE: URL: http://www.comciencia.br Atualizado em 22/06/01

3 comentários:

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  2. __ AZEVEDO, Aluísio Tancredo Gonçalves de. Casa de Pensão. Porto Alegre: L&P, 1999.

    Aluísio de Azevedo nasceu em São Luis do Maranhão em 14 de abril de 1857. É o fundador da cadeira nº 4 da Academia Brasileira de Letras. Começou a carreira de escritor em 1879 com a publicação do romance "Uma lágrima de mulher". Suas obras que obtiveram mais destaque foram: "O mulato" em 1881 e "O cortiço" em 1890. Faleceu aos 56 anos em Buenos Aires.

    A obra Casa de Pensão conta a história de Amâncio, um jovem rico do Maranhão, que foi para a corte (Rio de Janeiro), com o objetivo de estudar Medicina. Chegando à cidade, vai morar na casa de Sr. Campos que era casado com D. Hortência, por quem acaba se apaixonando. Na corte, acabou encontrando um colega, Paiva Rocha com dois amigos: Salustino Simões e João Coqueiro. Amâncio começa se sentir aprisionado na casa de Campos, pois sente-se atraído por D. Hortência. João Coqueiro casa-se com Madame Brizard, reabre uma casa de pensão que era de sua mãe e diz à esposa que já encontrou um marido para a irmã (Amélia). Amâncio vai morar na casa de pensão, fica doente de bexiga e Amélia fica cuidando dele, mas ele passa a sustentar a casa, pois não há mais hóspedes devido sua doença. Ele fica noivo de Amélia, depois fica sabendo da morte de seu pai e recebe uma carta da mãe pedindo que o vá visita-lá, mas Amélia não o deixa. Com o passar do tempo Amâncio escreve uma carta para D. Hortência se declarando, mas Amélia a encontra e entrega a seu irmão. Amâncio chama-os de pilantras e pensa em fugir. João Coqueiro acusa-o de ter violentado sua irmã. Amâncio acaba sendo preso. Logo após sair da prisão, Amâncio é morto por João Coqueiro. Sua mãe quando chega para visitá-lo fica sabendo da sua morte.

    Como o principal foco é o dinheiro, o sexo e a traição, a obra se torna muito interessante, mas também muito polêmica devido à ambição que alguns personagens têm pelo dinheiro, acabando na tragédia da morte do personagem principal, que tinha um grande objetivo para realizar. É uma obra ótima, mas é uma pena que tenha um final melancólico.

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  3. Muito bem, Luciana, sua resenha ficou muito boa, parabéns!!

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